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segunda-feira, 25 de julho de 2011

Rio São Francisco

Rio são francisco, milionário vestindo farrapos. Farrapos de velas imensas que arrastam barcaças. Sonolentas, bem lentas rio acima, rio abaixo. E no bojo das barcas bem lentas, sonolentas vem peixe seco, couro de onça e jacaré, mamona, caroá, maniçoba, januária, rapadura. Vem tanta coisa, tanta riqueza, tanta fartura. Se voce visse então nossos barqueiros, sertanejos bem fortes, bem brasileiros. Remando e cantando as mais lindas canções. Estrelas que rimam com o olhar de morenas, olhar que é estrela não noites serenas. E às margens do rio de águas caudalosas pequenas cidades com histórias famosas. De congados e tiroteios, ladainhas, novenas... e amantes que roubam mulheres morenas. Ah meu rio são francisco, o rio mais brasileiro, que não podendo abraçar inteirinha toda imensa e bela terra brasileira, se despedaça, se suicida no estrondo de uma cachoeira.


Antonio d'Ávila

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